4 de agosto de 2011

Por aqui passou



Vi um anjo que voou por aqui

deixando teu rastro de luz e alegria
e na harmonia de sua lira
paz deixou

mas minhas facadas feito versos
a assustou

volte pois novamente a este orbe
não vou tentar ser o que não sinto
apenas quis ser mais homem
mesmo sabendo que os que dizem homens não o são
sao bestas humanas

e disto nao compactuo jamais

homem se faz nascendo novamente como o mestre disse a nicodemos
somos meros animais intelectuais
infames monstros pensantes
Violadores de corações
da própria consciência

Don Paropela

3 de agosto de 2011

autor que gosto!


Ígneo

Como entender uma mente tão ágil

Tão temerosa que só quer ser feliz

Claro que sou feito de fogo, e é nas chamas do Amor que minh’alma reluz

O negócio magnífico se faz no momento ideal

Não pretendo ferir a divindade cerimonial que aguardamos no momento da junção de nossos beijos

Corpos

Suor

Tudo na hora exata é mais perfeito

E por direito de saber esperar

Se um dia a dita a mim chegar

Alegre hei de recebê-la em meu peito aberto

E aconchegar no calor de meu coração

Com os cuidados mais evidentes

Por que sou feito de amor

E só tenho isto a oferecer do melhor de mim

Sela Fiat!

Don. Paropela



Mergulho em você

Minhas mãos fortes envolvem teu dorso

Mergulho

Respirando teu aroma

Meus lábios

Bem meigos delicadamente te devoram

Em um ataque que convida ao Amor

À hora chega

Não tardo por esperar

Só peço que aguardes

Casados um dia

Espero

Musa inspiradora que há de me levantar

Por trás de um grande Homem sempre tem uma Mulher

Por trás de uma Mulher não há ninguém

Por que tu és total na grandeza

Na flor aromática que encanta meu viver

Don. Paropela


Papiro

De rara beleza

Dotada de pele macia

Lábios tão meigos

Creio doces

Seios que sem dúvida

Queria por dez minutos

Altura que me refresca e entusiasma

O corpo delgado que inspira conformidade

Esplêndido

Fácil de içar

Conduzirei nosso prazer

Nos beijos que quero te direcionar

Neste frio do inverno que chega até mim

Meu peito se aquece ainda mais

Acredito para que o balanço seja perfeito

E não te abandone

Ao menos em meu quimérico

Musa

Don. Paropela

postagens de um autor que gosto


Amistoso

Meu coração amistoso

Dedica à rosa bela um verso em canção

Nestes dias de inverno penoso e abstêmio

Donde brotam as mais limpas torrentes no meu coração

Sou teu amigo

Espero que me reconheça como tal

Não espero tua dita

Nem posso

Desejar-te é ato libidinoso

Prematuramente se não espero as notas de tua canção

Em flauta doce

Em lábios citadinos

O sopro é estável

A melodia se ouve

Meu peito estremece

A vontade de tê-la acontece

Os pés firmes caminham para não perder meu ideal

Don. Paropela


Pagando o preço de ousar

Ouso

Não me importa o que pensa

Não me preocupo se me falam mal

Se me olham torto

Sou o que sou

Não espero nada do oriente senão do poente

Já dizia o poeta

Uma formula certa, e também um mal que lhe consome

Ser homem, ser homem, ser homem e não ter medo de ousar

Poetizo o instante

Fascinante

Se errante?

Não importa

Pago o preço por acreditar!


Don Paropéla

31 de julho de 2011

20 de julho de 2011

D' eus?


D' eus

Aquilo que é de eus, que só conseguimos na ausência deles
e por isto ele se encontra na multiplicidade de consciências evadidas da unidade
Como filhos pródigos tentam retornar a casa do pai
para unir-se com os demais
saber o nome dele
Trabalhando um só propósito

Motivo este que o venerável já dizia, que se não estivéssemos perdidos estaríamos perdidos
eus como agradeço vocês
e a questão de seguir trabalhando para a morte d' V' 6; que na verdade são sete, nada quer dizer
sou-me grato pela parte que esta morrendo

sem vocês jamais veria a totalidade da luz por d' trás do manto
atras dos dogmas, ilusões e grilhões
tudo isto é pura questão de trabalho

nos piores infernos encontramos mais átomos de luz como uma taça lançada ao chão
mas como deixam de ser uma só peça perfeita
agora aparecem como vários cacos com consciência de existir
ai esta o diferencial

Ser com consciência de existir
da flor branca faço vermelha
e ai esta a razao de ser a mais bela
a mais guerreira
sublime
única na realeza

...

para se chegar a Deus
devemos deixar de ser D' Eles!

PRPL

obs: Obrigado Lamaza por me mostrar um caminho em nossos diálogos, haver me falado Deus é d eus, filosofamos marcamos e com certeza estará no "Poeta" nosso menino lindo!


18 de julho de 2011

Cátaro

La do alto de minha montanha
vejo uma rosa sublime
d' tão encantadora não pude me conter
corro em sua direção

abano meu rabo em alegria
mas que rabo estaria eu a falar...

Como um cachorro peludo de filme americano
daqueles que sabem muito bem babar
correm atras do dono
sempre a morder os sapatos, roubar as meias e destruir as almofadas

Assim me vejo ultimamente
envolto de uma alegria tao alegre que tenho que negar
nao porque mudei de ideia de meus ideais
mas sim pq tenho que parar de assustar as pessoas

A felicidade faz mal aos outros
porque
acho que por inveja
por me cobrirem dos fracassos que ja tiveram
dos sonhos que deixaram de possuir

Pois sim
as forças opostas sabem também ser positivas
e aqui estou firme e forte
para fazer o que devo fazer

Caminhar a estrada que escolhi
mesmo que o sol fadigue
e que a triste chuva as vezes seja anunciada neste deserto
eu nao tenho medo de me molhar

Se chover eu danço na chuva
se fizer sol eu ergo minhas maos aos céus
e como um "puro" o saúdo
recobrando os principios universais do cristianismo primitivo
no tempo em que as pessoas eram mais livres

Quando seguiam apenas seu coração!

15 de julho de 2011

37 Linhas


Vou falar de ti para você alma bela
Vou falar de amor para dizer
Da janela

Que são teus olhos querida
E fazem bem
Demais
Pra vida

Em versos tão simples
Vou traçando aquarela
Com risco meigo
Lembrei-me de ti
Donzela

Se um dia puder equalizar
Tamanha devoção
Que sinto
Que me completa a estrutura
Do infinito

Já nem sei dizer apenas sinto
Sinto

E sentindo vou sorrindo
Alma esculpe o verso em seleto mármore
E formam o que são as palavras
Q dançam de forma nobre
A música do encanto por ti
Encantei-me do que voto
E senti do que me encanto

Trouxe um lenço para enxugar teu pranto
E um balanço para você brincar

Tua felicidade
É minha maior dita
Que só quer a sina
De poder lhe fazer bem

E não é devaneio
Parece gracejo
Mas não é pequeno
Sem hora pra findar

Meu Anjo

PRPL

O caminho do Beija-Flor


As pétalas que vejo em teu rosto
A pureza que te brotam D’Alma
E te saltam a face

Harmonia que não espero distar-me
Pois ao meu peito trás calmaria
E de teu semblante, alegria
Tenho o descanso e bem estar

Obrigado linda e aguardada mulher
Nem ouso desejar-te fisicamente
Por ver o teu corpo esguio repleto d’ espinhos
E detentor de uma coroa que expressa notória delicadeza

Sim rosa Bendita!

ES tão bela que me puxa o Amor
E com ele me aproximo
E dentre os obstáculos de pua
Danço a dança de tua música
Para enfim te cortejar!

PRPL

Reencontro


O Reencontro com S...!

Diante de ti
Mesmo que a distancia em Quilômetros se faça presente
Cá permaneço sorridente
Apaziguado pelo enlace deste sonho no qual não quero despertar

Pela primeira vez na vida parei para valorizar
Da pessoa que não importa o nome, a cidade, nem para onde vá
O admirável foi o mundo que moveu em mim
Fazendo correr atrás
Do tempo que não foi perdido
Mas que não foram deveras dedicados às coisas materiais

E realmente não estou dentre os normais
Ou sequer haveria convocado tua amizade
Alma assim tão castiça
Terna e delicada

Uma branca flor por qual ajoelhar em reverencia
Tampouco denotaria o real significado
A tamanha alegria
O reencontro com Sophia!

PRPL

Rosa branca!


Enfim voltou
Sophia bendita por qual oferto meu Amor
Senti sua falta
Alegria de meu contentamento
Da muda já madura é rebento
Em flor a desabrochar

Faz-me infante
A correr pelo parque
Em alegrias saltitantes
Em piruetas na grama extensa

Espero que não fique pressionada
Nada espero tudo ofereço
Àquela cujo não ponho preço
Os tesouros da terra não podem pagar
Rosa

Aproveito e agradeço
O destino que se tornou amigo
Colocando-a em minha estrada
Como um prêmio e não sentença

Glorioso Deus, obrigado!
Presenteou-me as mãos recomendações de cuidados
Por esta meiga amiga
Querida e de boa fé

Pela qual meus olhos miram
Meu coração sente
E meus pés caminham
Minha alma chora em êxtase

Em regozijo agradeço
Que eu de o adubo necessário a terra
Que a águe sempre em cerimônia
Esta sublime rosa branca
Rosa chamada Tônia!

(Don Paropela)

Enfim te encontrei


Permanece!

Obrigado por viver
E por fazer parte de minha mirada fiel
Grato por compartilhar amizade
Não é todo dia que somos amigos de um anjo do céu

De tuas mãos quero um momento
Segura-las em adoração
E penetrar em teus olhos com os meus

Passar-te confiança
Serenidade
E conforto de bem estar

Obrigado por permanecer
No impulso de meu peito que vem do coração
Pelos ternos conhecimentos partilhados
Que só podem ser dados por uma grande mulher

Obrigado por Ficar
Para sempre guardada em meus ideais
Como a paisagem tão meiga
Tão flórida que me praz um lugarzinho de Deus na terra

E que encontro em teu animo
Anima que me encontra
Faz-me completo por estar aqui!

PRPL

11 de julho de 2011


Resiliência

se algum momento desejou de mim a necessidade de saber agir
ser todo afeto sem sequer pedir
digo algo mais providencial
não me alterei diante de teus fatos e achados, em verdade nada supus; Sai para que mostrasses tuas fotografias D' alma

Queres saber?
As vi


...

Agora posso te oferecer Chocolates!

PRPL

16 de maio de 2011

Еcoаndo o quе nаo podе cаlаr


Rеvеrbero minhа voz mudа no аugusto silеncio destа cаlmа noitе; sаcrifico o pаulo quе hа dе morrеr rеnаscеndo no reаl oculto еm mim, nos аlpеs mаgnânimos dе minhа consciênciа... Sеlа fiаt!




PRPL

10 de abril de 2011

disto é feito o homem


Do que é feito o homem
senão de seus atos
por tuas mulheres...

Nao que seja adepto da bigamia
mas digo pelo respeito que tem com elas

...

Benditas sejam
pelo sim e pelo eterno Não!

PRPL

Sr da Severidade

A ti encanta minha ousadia
o medo nunca te agradou meu Pai
o filho ousado sempre encanta pois este é o caminho do Sucesso
custe o que custar
leve o tempo que levar

os que Ficam, que assitam o triunfo
mesmo que não apareça para os olhos da carne

e se glorifiquem apenas nos teus!

PRPL

Estas em Mim


Donde estas Alma de minh'Alma
Procuro nestas intermináveis noites frias
em um soluço já cansado
espero por teu colo de cuidados

Minha Mãe
Bendita és por Ser
jamais se afastes de teu filho

ajuda-me a segurar tua mão e caminhar lado a lado contigo

nas travessas perigosas do caminho
na escalada íngrime dos Céus

afastai de mim todas as iniquidades que insistem em permanecer neste organismo
Me fere com tua lança de fogo
Reduza e conduz-me a real forma de meu Pai

Bendita Maya, seja a cicerone de meus dias; nesta vida repleta de vós

Amo-te!

PRPL

5 de fevereiro de 2011

Onde estas


Única na realeza
Autentica no ímpeto nobre
Sublime na postura
Bela por si só

Deliciosamente peculiar na renda
Alguns atributos que me transpassa a linda veste que te cobre A’lma!

Almejo-te!


PRPL

3 de fevereiro de 2011

Ainda em tua espera


Aguarda-me de espartilho
ansiosamente envolvente
Se me praz renda preta
Feliz me faz

esta
Tuas mãos completam delicadas
Suas madeixas, meu descanço são
Admiro, maravilho

Sedento fico já irrigo minha blusa
Pelo sabor que escorre minh’a boca
Provém do néctar que abunda em ti

Do que não sorvo lav'a veste

Lubrifica meu voto!

PRPL

Eminente


U'a vez vi passar
Por dentro de mim
Ingresse aos órgãos
Já não restava mais alternativa

Nada sou ainda
Mal tenho o que temer
Tudo te sou se posso ao bem estar, comungar

Antes os campos de rosas secas
Teu férreo sabor em minh’alma passear
Unido estas sedentas pobres almas
Formando-se um grado e nobre apêndice


PRPL

Refúgio do Receio


Palavras abstrusas e suntuosas compõem tua Forma
Abrigaria algum sentir?
Sinto que temes algo em ti
Como se fosse coibido

Nada espero augusto mel
Que não revelou sabor labial
Mas cativou meu campo flóreo com a possibilidade agriculta

Seja a fleuma!

PRPL

31 de janeiro de 2011

Primorosa compleição

em teus olhos encontrei o interminável de bem estar

Estou contigo, reluzo então

Faço parte do brilho do luar



Os uivos que me oferecestes

A balbúrdia da mata

Os grilos que ressoam

A magia de tua graça



Vou te possuir

Possuo desde já

Na reminiscência incandescente que trago em mim

Renda que vejo por todo o lugar



Nesta manha de domingo

Sonhando acordado

Despertei para a beleza que te cobre A’lma



No olhar enigmático de uma incerteza no coração

No medo que me inspira cuidados notáveis

No cabelo que espero cingir...

E que puxando trago-te mais junto a mim



Sentindo tua respiração

Na tranqüilidade que me é característica

No teu receio a mística

Do teu corpo a dita de Amar



Como quero me aquecer em teu gemido

Mordiscar teu afetuoso Todo

Integrar-me com teu balé



Baila doce vestal do templo

De um lado a outro

Por todo canto

Abalando meu pulsar



Baila Isis, eterno sorriso enigmático

Corpo tão belo que me avisa a humanidade que SOU

E espero o oceano

Que será o reencontrar



Bailando sobre o mar que tão belo...

Tão belo, passa a ser notável tapete de pétalas

Por onde desliza Deusa bendita, mais que bela

Arrebatadora presença!

PRPL

O relógio entre os lobos


Sinto-me eterno em tua presença

Perecível ante tua labuta constante



Não viemos aqui a passeio

Mas devemos aproveitar o flow

Este que me trás você e leva

Este que mareia sobre meu abraçar



Vem e tento prede-la

Vai, suave, evapora e se cristaliza após



Sei que quer ter a certeza

Não tenho hora para acabar de Amar você

PRPL

30 de janeiro de 2011

Curumim Amor!


Pistis teve que topar Sophia para que Philo continuasse sendo Pistis e se engendrasse Curumim Amor
Em meio ao triste fenecimento de uma ópera
Onde o sorumbático personagem enganado, foi vexado e achatado; ao encontro com seus próprios infernos
O anseio de viver já não era mais coevo
Então surge suave flor de orquídea
Com tua forma terna presencial
Tua fácies nobre e esplêndida
Para que Liquidasse em mim
O sentido de minutar

A partir de cá são todas para ti lua nuviosa
Chamo-te assim não pela caricata palavra e sim pelo encanto que se faz opaco; acobertando Tua Alma!

PRPL

19 de janeiro de 2011

Livro - Portas - Pistis em busca de Sophia(cap I)


“Aquele que pergunta, pode ser um tolo por cinco minutos. Aquele que deixa de perguntar, será um tolo para o resto da vida.”

(Provérbio chinês)


Cap. I – Noite

Era um dia de sexta feira, estavam n’uma comunidade rural onde se realizavam estudos profundos de sabedoria, sem distinção, quer sejais de cor, credo, nível social, orientação político filosófico etc. Só podem ser explorados em meio ao campo. Arthur inicia um diálogo com teu novo amigo:

Arthur - Pistis, diga-me amigo como vê a noite?

Pistis suspira, olha ao céu estrelado e diz como que querendo abraçá-la:

Pistis – Aconchegante e misteriosa.

Arthur - Por que misteriosa, diga sobre a noite algo que me inspire estima. Não gosto da noite, ela permanece só para o descanso, amo a vida, um domingo ensolarado, um dia claro com pássaros cantando, campos, flores que refletem todo brilho...

Pistis - Também amo o sol, Arthur, mas sinta o ar que puro está a nos brindar. Não pode ser cotejada, pois são metades diferentemente iguais na balança deste universo metafísico e ao mesmo tempo simples e natural; Como o par de mãos que levamos tão iguais mesmo sendo diferentes e complementares.

Pistis ergue a vista mirando os céus e persiste com teu discurso filosófico.

Agora é hora quando Deus parece morto, e onde sinto a necessidade de me expor, como podem temer o negro céu, como se duvidassem a natureza de toda estrela, não seriam donas de luz própria? Sendo assim não estaríamos abençoados por um exército de células harmônicas que trabalham para a mesma noite? Quanto sincronismo, perfeição de um criador único que se expressa em múltiplos.

Sim, mistérios da madrugada, tão nítidos como se um manto negro apenas fosse tacado para cobrir nossas possibilidades de enxergarmos a luz máxima que esta por trás dele, mas as crianças fizeram furos com alfinetes ao que vemos estrelas[1], e assim seguimos acreditando que é menos dia que o dia.

Olha isto Arthur!

Pistis com vista mirando de um lado a outro, formando um arco, continua:

-Não vê, é a terra é uma abóboda, como se estivemos olhando de dentro do olho que se chama planeta terra. Contemplando o manto negro, à hora preferida dos enamorados.

Arthur - Ou dos loucos...

Pistis - Ta vendo, e maldizemos as sombras, como se tivessem uma natureza diferente da luz. Como se não fossem gêmeas de uma brotação, como cristais que se reproduzem no interior da terra, e reluzem apenas no dia claro, onde olhamos tudo aquilo de uma forma do acaso absurdo e inanimado, vil e sonhador dos mais científicos, matemáticos e escravos do intelecto.

Porque surgem nas madrugadas as criações mais notáveis? É que a filosofia também se enamorou das estrelas. Que segredo há ai?

Não seria a noite o útero das grandes idéias e reflexões, ou ainda a parte proibida e mais sábia de todos os poetas?

A Noite busca o Dia enquanto o Dia busca a Noite. Um encontro atemporal de almas gêmeas que nunca se tocam a não ser em um eterno segundo de Amor. Como no feitiço de Áquila[2], um angustiante e ínfimo instante onde os opostos se tocam e selam esta pororoca[3] dos antagonismos.

Bendita seja (a) noite, negra noite. Bela e cultuada pelos sábios que nelas trabalham e que nelas plantam sua semente...

Arthur estava com olhos vidrados, que foram surpreendidos pelos faróis do carro que chegou Um jovem que ali morava, e quer era constantemente motivo de enxovalhos devido há um dia ter revelado que possuía um nome espiritual e, no entanto não passava de um jovem de conduta duvidosa e falta de testosterona, se encontrava perto do portão improvisado com algumas toras de madeira, alcançou o laço de arame que prendia uma ponta pontiaguda destes pedaços de árvores e tirou-o abrindo assim passagem ao uno vermelho.

Todo o discurso foi quebrado com esta situação, com o estalido do motor e também com o abrir e fechar das portas. Do carro saíram três jovens, dois rapazes e uma moça. Um rapaz baixo, cheio de espinha no rosto e um ar de não estar nem ai para nada, um rapaz de estatura mediana, rosto pálido, semblante frustrado; como um maratonista que na reta final descobre que todos já chegaram, além de possuir um corpo esguio como se ainda esquecesse-se de comer, e uma sublime jovem.

Ela desliza seus cabelos livremente soltos, estava leve feito pluma, como pena pairam no ar, o tempo, que também se enamorou da senhorita de feições nórdica, pele branca seios que sem dúvida alguma e sem necessitar comprovação eram rosados, fartamente generosos e que pareciam querer dizer alguma coisa; sim, os seios sempre querem dizer alguma coisa. Seus olhos eram diáfanos, suas pétalas feitas lábios eram de augusto mel na expressão Briosa de sua delicadeza e formosura que remetia a qualquer um o intento de beijá-los; o tempo se estanca diante tanta formosura e encanto, e assim fica o olhar do igualmente atônito, Pistis.

Ela vestia um jeans e uma blusinha branca, simples como a brisa que entra por nossas janelas trazendo frescor e bem estar. Calçava sandálias de dedo e era tão singular que parecia de outro orbe mesmo que estivesse revestida da geração Coca Cola.

Ele esta parado. Olhar de surpresa e coração acelerado. Sentiu um tremor no corpo sem saber de onde vinha, e uma ansiedade como que diante d’uma grande festa que esperou por tempos.

Pistis abre levemente a boca e como que por asma, puxa fôlego e diz ao constatar que Jamais tivera contato nesta existência com uma mulher com tamanha notoriedade:

Pistis - O quê que minha esposa faz ali... (Quase sem som).

Era uma doce donzela. Ele a reconheceu, portadora de um par de olhos profundos que reluziam o infinito. De pupilas dilatadas que transportaram Pistis a um mundo tão conhecido a ponto de estar disposto a ir com ela onde o destino os mandar. Porque reconheceu, não sei elucidar, só sei que pareceu tão intima como se fosse consorte, a amada mulher que sempre esteve com ele, mas jamais tinham se visto com estes corpos. Se me pergunta se o retorno a este mundo de sofrimento existe realmente, não teria tanta certeza antes de ver esta reação.

Arthur - O que disse?

Pistis - Perguntei o que minha esposa faz ali? Se te falar que sei tudo dela, sei como ela é livre, sei de que tribo é proveniente (ele fazia referencia as doze tribos de Judá – signos zodiacais), mas não sei como sei, só sei que sei.

Arthur - Digníssimo, por mais belo que seja este delírio teu, não posso crer nisto. Se esta seguro porque não vamos lá e pergunta a ela?

Pistis - Perguntar o que? Se quiser ir embora comigo para qualquer lugar deste mundo? Não seria a melhor forma de abordagem...

Arthur - Não, pergunte algo que acha que já sabe da resposta, mas não se esqueça de antes me falar, assim poderei rir mais haha.

Pistis - É um desafio? Tudo bem o aceito nobre amigo. Não porque me incomoda tal dúvida tua, mas porque estou diante de uma única oportunidade, a maior que já me presenteou a vida. E tenho que ter algum contato com esta moça. Mostrarei como uma flor de tamanha excentricidade só pode ser de LIBRA.

Ela os olha conversando como se tivesse procurando algum conhecido e logo volta ao foco da historia que Breno (um dos amigos que chegaram com ela) contava.

Pistis e Arthur se aproximaram, saudaram as pessoas que ali chegaram e foram falando de coisas obvias, perguntaram de como foi à viagem, como estavam ás rodovias, quanto tempo levaram etc. Até que Pistis movido por um súbito impulso juvenil pergunta o signo de um deles. Pronto, que genial, assim entraram no ponto do diálogo que queriam. Logo foi fácil descobrir que aquela a quem tinha tirado tantos suspiros de Pistis era realmente do dia de terça feira, uma autêntica venusiana como a flor de Gaubano, a balança bendita que equilibra tudo no firmamento e desequilibra aquele enamorado.

Logo se interessam pela pergunta e foram indagando a respeito e discorreram todos por um bom tempo deste apreciado tema.

Em um único momento a sós que tiveram, dialogaram. As pupilas dela estavam dilatadas, grandes e negras como jabuticaba. Brilhavam como os olhos de criança ao ver doce. E lhe penetravam o peito levando um alívio que lhe acalmava os sentidos, como ao buscar o sol em dia frio, onde encontramos um pedacinho da rua d’onde ele esteja refletindo para nos confortar. Poderíamos ficar só naquele lugar até o anoitecer.

Jamais vivenciou sentimento tão nobre, puro e legítimo.

Sophia - Por que riu quando disse que era libriana?

Pistis - É que imaginava.

Sophia - Como assim I M A G I N A V A, ta brincando comigo não é?

Pistis - Está no teu arquétipo mocinha, delicada como uma rosa, bela e inspiradora como Pietá. És linda, por esta razão não poderia ser de outro planeta senão o do Amor. Este signo lhe confere a maior beleza do zodíaco.

Ela fica envergonhada com o ímpeto dele, não sabia se estava apenas diante de mais um dos tantos conquistadores baratos que lhe renderam elogios nem sempre verdadeiros. Um sorriso de canto de boca é impossível de segurar naquele instante. E ela sorri de cabeça baixa e logo o olha nos olhos e retoma o diálogo.

Sophia - Não vai perguntar meu nome?

Pistis - E por acaso é mais importante que contemplar-te por toda via?

Ela quer dizer algo, mas não sabe o que, parece que nada cabe naquele instante. Onde aquele estranho tornava-se tão íntimo, não como se fosse família, mas como se tivessem a mesma carne.

E ele continua:

Pistis - Não necessito saber dele linda, não importa o apelido que vos deram nesta vida, quisera eu poder provar a ti que nos conhecemos há tempos. Não me importo de onde vem, para onde vai aqui o importante é este belo presente que Deus nos brinda.

Sophia - Nossa realmente sinto aqui que o importante é o que importa. Você é uma viagem mesmo, como te chama, ou melhor, como é teu apelido? (risos)

Pistis - Me conhecem com o nome de Pistis

Sophia - E o que faz, por que elucubra tanto... Quem é você, por favor, me diga alguma coisa.

Pistis - Sou livre, pelo menos assim faço minha vida. Não tenho rumo certo, assim sempre estou onde devo estar. Estou onde me abrem as portas, procuro viver o presente...

Sophia - Nossa como assim? Você não tem casa, família?

Pistis - Minha casa é o mundo, já viu domicílio maior que o meu? Sou rico, meu pai é dono do mundo e a senhorita, qual é tua busca?

Os olhos dela estavam brilhando como que por encanto.

Ele tenta segurar teus braços com leveza, não era obvio para ninguém, mas era claro para ele. No entanto ela recua e trava-se toda. Observa-o fixamente firmando os ombros e jogando a cabeça para trás.

Sophia - Nossa, nem te conheço... Você e bruxo? Que isso...

Pistis - É cedo para se viver o presente?

Não creio. Acaso sabe quando vou te ver novamente, nem perguntei de onde veio nem para onde vai... Sei que te gosto muito mesmo sendo ilógico para tua mente que insiste em pensar com parâmetros óbvios.

Sophia - Mas Pistis, como assim, você nem me conhece...

Pistis - Aqui não, mas intuo e “a intuição é o conhecimento da verdade sem o uso do intelecto”[4].

Sophia - O que você quer de mim?

Pistis - Desculpe-me senhorita, mas quero viver ao teu lado pela eternidade. Quero segurar tua mão e nunca mais soltar... Sei que te assustas com isto, mas estou sendo o mais sincero que posso. Quero prolongar este instante por toda a vida, para que meu corpo e minha alma sempre estejam suavizados pelos teus.

Sophia - Olha estou assustada sim, acho que te atrapalharia, é muito livre e como vê isto em mim? Já pensou se nos escutam conversar... Loucos, loucos, conversa de loucos.

Pistis - E não chamaram Galileu Galilei de louco?

Sophia - Sim Pistis, mas é estranho

Pistis - Sei disso, mas não sei explicar, pois estaria dentro da linha do tempo que não conheço em ti. Por exemplo, onde moras?

Sophia - Então é, é que..., é que moro em “S” e não sei quando nos veremos.

Pistis - Me passe teu email então já que se preocupa tanto com isto. A partir de hoje estaremos sempre unidos, nos reencontraremos, não podemos ir contra o inevitável, nem tão pouco ficarmos parados diante disto.

Ela passa verbalmente de forma apreçada e ainda tartamuda, e emenda um desejo de boa noite.

Ele ri e baixa mão, ela retribui com um sorriso sem graça e uma boa noite tímido enquanto Pistis olha fixamente nos teus olhos e carinhosamente lhe deseja bons sonhos, que fique na presença de Deus.

Aproveitando da inspiração da madrugada e após ter uma conversa rápida, porém, atencioso com todos, ele entra no quarto o qual estava destinado para sua permanência ali naquela casa simples com paredes chapiscadas, daquela que não podemos dar ao luxo de escorar as mãos diante de uma queda, de cor branca já bege na maioria do corpo e levemente marrom perto do chão cinza de cimento queimado que esfriava ainda mais aquela noite, alcança uma caneta nanquim destas que encontramos em boas papelarias ou em casas de arte e artigos de engenharia, que utiliza normalmente para arte finalizar desenhos. Senta na cadeira de madeira rústica, de formas incipientes. Pega a agenda de couro negro, que continha em si uma conotação filosófica. Seja pela primeira pagina com a figura de Rodin[5] ou pelas frases e provérbios contidos a cada página. Abre na pagina 13 de julho, que estava em branco não fosse os escritos próprios já impressos em latim que diziam no canto inferior direito Qui nimium properat, serius absolvit[6], e inicia um esboço do que sente...

Anima

Conheci as trevas das trevas, desci ao abismo de dentro de mim...

Bebi do sabor do pecado, cai nas pedras da vida.

Procurei sanar meu peito, mas errei em minha escolha

Procurei-te oh Deus! Senti medo por não saber com quem andava

Aqui cheguei

Para cá regressei para ver você...

Que olhos belos que brilho intenso

Que janela é essa que mostra a pureza de tua alma?

Que leveza pluma, que mobilidade pena

Que cabelo é este que perfuma meu sentir?

Não é uma pena se não for recíproco

Quero que encontre tua metade e seja feliz

Espero-te ver sempre sorrindo

E lhe ajudar sempre que o necessite

Um amigo fiel

Uma mão que lhe auxilie.



[1] Conto repetido em forma de tradição nas primeiras sociedades cristãs.

[2] Filme onde os personagens principais foram enfeitiçados, o homem se tem lobo durante a tarde e a mulher em águia quando o lobo se transforma novamente em homem, e o que transforma em lobo a mulher em águia, e apesar de se amarem, o que conseguem ter de contato humano, é somente um toque de mãos.

[3] Encontro das águas do rio e do mar. Ocorre no rio Amazônia.

[4] Frase extraída do livro Revolução da dialética do V.M. Samael Aun Weor.

[5] Refere-se à escultura “O Pensador” encomendado pelo governo francês, em 1880. Executada por Auguste Rodin que fazia uma homenagem a Dante Alighieri.

[6] Quem adiante não olha; atrás se fica (do latim).


3 de janeiro de 2011



seria a morte de Pistis ou apenas uma incineração?